A Farmácia e a Terapêutica no Renascimento
A queda de Constantinopla em 1453, às mãos dos turcos otomanos, levou à emigração para Itália de grande número de bizantinos, continuadores da cultura de língua grega e portadores de manuscritos de ciência, de medicina e de outras áreas do saber. Foi essa chegada que marcou o início do Renascimento, provocando uma enorme renovação do interesse pela cultura clássica, num movimento crescente que foi das letras e das artes à ciência e à tecnologia, potenciado pela introdução dos caracteres móveis na imprensa por Gutemberg (1454). A descoberta da imprensa foi o culminar de um longo processo. Durante a Idade Média, o principal suporte da escrita é o pergaminho. Este, preparado a partir da pele de animais, constituíra um grande avanço em relação ao papiro, mais raro, caro e difícil de conservar em climas húmidos. O papel, utilizado pelos chineses, só se torna conhecido dos árabes no século VIII e é a partir destes que se difunde na Europa. O Papel utiliza uma matéria-prima ainda mais abundante que o pergaminho e a sua manipulação é muito mais prática. A escrita continua a ser realizada manualmente. A impressão em série de folhas de papel inicia-se pela gravura de madeira em página inteira, a que se segue no século XV a tipografia com caracteres móveis, primeiro de madeira (Laurent Coster) e depois de metal (Gutemberg).
No campo geográfico e político-económico, o Renascimento foi complementado pela expansão europeia, de que podemos indicar, como marcos, a passagem do Cabo da Boa Esperança por Bartolomeu Dias (1487), a chegada de Colombo às Antilhas (1492) e a viagem de Vasco da Gama, contornando a África e chegando à Índia (1498).
Outro desenvolvimento, de carácter religioso, com profundas consequências para a história das ciências e da medicina na Europa, foi a Reforma. A Reforma protestante foi iniciada em 1517, com a afixação na porta da Igreja universitária de Wittenberg das noventa e cinco teses do monge alemão Martinho Lutero (1483-1546) contra o sistema das indulgências da Igreja católica. Este movimento, que ganhou fortes raízes na Europa central e do Norte, originou uma reação por parte da Igreja católica, iniciada com o Concílio de Trento (1545-1563), que é denominada a Contra-Reforma.
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