Ser farmacêutico em Portugal

O farmacêutico deve estar ligado ao cidadão, como se de vasos comunicantes se tratasse. A sua intervenção deve fazer a diferença na prevenção e gestão da doença, por meio de cuidados de saúde diferenciados e da promoção de um uso responsável do medicamento, ao longo de todo o seu circuito no Sistema de Saúde.

É essencial destacar a base de confiança da população na profissão farmacêutica, por meio do reconhecimento das suas capacidades e competências técnico-científicas, essenciais na promoção da saúde e na redução da carga da doença, das hospitalizações e das complicações de saúde. O farmacêutico ajuda assim, de forma objetiva, a potenciar os ganhos do setor e à melhoria da qualidade de vida das populações.

A profissão em números

A nível nacional, a profissão apresenta um perfil demográfico maioritariamente feminino e bastante jovem, sendo que 68% dos farmacêuticos tem uma idade inferior a 45 anos e 41% tem menos de 35 anos. Estes dados são demonstrativos do aumento substancial de cobertura farmacêutica em Portugal nas últimas duas décadas.

Os farmacêuticos exercem a sua atividade em diversas áreas, nas quais se destacam as áreas clássicas, nomeadamente:

  • Farmácia Comunitária;
  • Farmácia Hospitalar;
  • Análises Clínicas;
  • Indústria Farmacêutica;
  • Distribuição Grossista;
A alta empregabilidade do sector e as boas notícias para os jovens farmacêuticos

Apesar de o setor da saúde de uma forma geral atravessar momentos conturbados em Portugal, destacando-se a difícil situação financeira de 25% da rede, há boas notícias, sobretudo no domínio da empregabilidade e do futuro. É de notar que “a taxa de desemprego entre os farmacêuticos é inferior à média nacional (4,4% vs 6,8%), (…) com mais de oito em cada dez profissionais a conseguirem emprego no máximo três meses após terminarem o curso”, segundo um estudo promovido pela Ordem dos Farmacêuticos (OF).

Atualmente, o setor farmacêutico em Portugal gera um volume de negócios de cerca de mil milhões de euros anuais, emprega diretamente cerca de 7 mil profissionais (técnicos, investigadores, etc.) e é responsável por 2% das exportações do país.

O estudo referido, de outubro de 2018, envolveu 1.502 farmacêuticos, a maioria mulheres (79%), correspondendo a 10% dos membros da OF. A taxa de desemprego entre os farmacêuticos é inferior à média nacional e é ainda mais baixa entre os profissionais com menos de 30 anos, não ultrapassando os 2,8%.

Questionados sobre o tempo decorrido desde que concluíram a formação até começarem a exercer, 82,1% dos inquiridos disseram ter aguardado no máximo três meses, 8,5% entre três a seis meses, 4,7% entre seis a 12 meses e 2,4% entre um a dois anos, refere o mesmo estudo.

Entre os mais novos, 71,5% diz ter iniciado atividade em menos de três meses, um valor inferior aos profissionais que têm hoje entre 30 e 60 anos (cerca de 90%).

A maioria dos farmacêuticos disse estar “satisfeito” ou “muito satisfeito” com a profissão, sendo os farmacêuticos de indústria os mais satisfeitos com a sua situação profissional, por oposição aos farmacêuticos hospitalares, que reportam menores índices de satisfação global.

Torna-se claro que, as boas condições conjunturais que o país detém, como a sua situação geográfica e outras, tem propiciado a expansão e internacionalização desta indústria. Todas as tendências de futuro apontam para um potencial de crescimento, nomeadamente se for feita uma aposta concertada entre estruturas públicas e privadas que continuem a promover a industrialização, investigação, inovação, desenvolvimento e formação.

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