Dia Mundial da Diabetes: o que a sua Farmácia pode fazer por si?

Diabetes

Mais de 537 milhões de adultos vivem com Diabetes. O Dia 14 de novembro tem como objetivo sensibilizar a importância de Diabetes e travar o crescimento imparável da doença. A data foi escolhida por ser o aniversário de Frederick Banting, o médico Canadiano que juntamente com o seu colega, Charles Best, conduziu as experiências que levaram à descoberta da Insulina, em 1921, precisamente há 100 anos.

Desde 1991 que o dia 14 de novembro é assinalado pela Federação Internacional de Diabetes (IDF: International Diabetes Federation) e pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como o Dia Mundial da Diabetes. Os novos números da IDF dizem que 1 em cada 10 adultos sofre de Diabetes, que se prevê que o número atinja os 643 milhões em 2030, que quase 1 em cada 2 adultos é doente e não está diagnosticado e que 4 em 5 doentes vivem em países de rendimento médio e baixo. O objetivo deste dia é também chamar à atenção da opinião pública e mesmo da classe política para a problemática da Diabetes.

A campanha do Dia Mundial da Diabetes tem sempre uma temática multianual. O tema do biénio 2021-23 é ‘Acesso aos Cuidados com a Diabetes’, uma vez que milhões de pessoas com Diabetes em todo o mundo ainda não têm acesso aos cuidados para a doença e que, paradoxalmente, a doença exige cuidados e apoio contínuos para poder ser controlada e evitar complicações maiores.

Para as organizações internacionais responsáveis, este centenário da descoberta da insulina é mais uma oportunidade de trazer mudanças significativas para tantos milhões que vivem com esta condição de saúde, e para tantos outros que se encontram em risco de a contrair.

Como definir a doença?

A Diabetes é a mais comum das doenças não transmissíveis, com elevada prevalência e incidência crescente. É uma doença do metabolismo dos açúcares, das gorduras e das proteínas que se caracteriza por haver níveis circulantes elevados de açúcar no sangue.

A Diabetes é uma doença em que existe excesso de um açúcar – a glucose – no sangue. A glucose é uma molécula que provém da transformação dos hidratos de carbono pelo nosso organismo e que é indispensável ao metabolismo das células do corpo como fonte de energia. A insulina é uma hormona produzida pelo pâncreas, responsável por ajudar a glucose (a forma mais primária da energia dos alimentos) a passar do sangue para o interior das células. A Diabetes ocorre quando o pâncreas não é capaz de produzir esta hormona em quantidade suficiente, e/ou quando a insulina não atua de modo eficaz.

Existem dois tipos de Diabetes principais:

Diabetes Tipo 1:

É a menos vulgar e surge, geralmente, na infância e na adolescência. As células do pâncreas deixam de produzir insulina.

Diabetes Tipo 2:

É a forma de Diabetes mais comum (9 em cada 10 diabéticos têm este tipo de doença). Associa-se frequentemente a excesso de peso e obesidade. Nesta forma de Diabetes, o pâncreas é capaz de produzir insulina. No entanto, hábitos alimentares e estilos de vida pouco saudáveis tornam o organismo resistente ao desempenho da insulina. A Diabetes tipo 2 tem aumentado de forma galopante em todo o mundo. Em Portugal existem cerca de 500 mil casos, estimando-se a existência de aumento anual na ordem dos 3%. É mais comum em pessoas com mais de 40 anos, mas devido à obesidade, é cada vez mais frequente entre os jovens.

Tratamento:

Os diabéticos de tipo 1 precisam de tomar insulina sempre, enquanto os diabéticos de tipo 2 necessitam de medicação de controlo, dieta alimentar e exercício físico adequados, precisando de insulina se apresentarem sintomas ou glicemias elevadas ou mal controladas.

A Farmácia de proximidade: o caminho mais curto para o controlo

As Farmácias comunitárias completam todo o circuito de assistência e apoio à pessoa com Diabetes, à sua família e aos seus cuidadores.

O autocontrolo é a capacidade individual de participar ativamente na gestão da doença, juntamente com a equipa de apoio (profissionais de saúde). É essencial não esquecer que a determinação da glicemia pode não ser suficiente – é necessário estar atento, e, se for preciso, fazer o registo dos valores e analisar a variação dos mesmos. Caso contrário, não é possível avaliar a evolução da doença e a eficácia da terapêutica.

A glicemia (quantidade de açúcar no sangue) varia consoante a hora do dia, a alimentação, o exercício, o stress e a dose de insulina administrada, pelo que, em alguns casos, pode ser preciso efetuar este controlo várias vezes ao dia. Habitualmente, é efetuado antes e duas horas após as principais refeições; antes, durante e após exercício físico intenso e na presença de sinais de hiperglicemia ou hipoglicemia.

Como é o teste?

Para medir a glicemia basta uma picada no dedo para colheita de uma gota de sangue cujo teor de glicose é depois medido por um aparelho próprio. Na sua Farmácia pode efetuar a medição com segurança e eficácia, beneficiando ainda dos conselhos do seu farmacêutico. Existe ainda um sistema que permite medir os níveis de glicose, em alternativa à picada no dedo, composto por um sensor que é instalado na parte posterior do braço, que aí permanece, e por um aparelho que permite a leitura rápida dos valores.

O farmacêutico deve questionar se o utente se encontra em jejum e quando foi a sua última refeição. O valor obtido é registado e deve ser analisado tendo em conta o historial clínico do utente, esclarecendo qualquer dúvida e/ou provisionando o aconselhamento necessário.

A glicemia mede-se em miligramas por decilitro (mg/dL), sendo os valores normais entre 70 e 100 mg/dL em jejum e inferiores a 140 mg/dL duas horas após a refeição (a denominada glicemia pós-prandial).

O importante é medir e manter os valores próximos dos recomendados: um objetivo que se pode alcançar fazendo as escolhas certas na alimentação e mantendo atividade física regular.

Não se esqueça: ainda sem cura, a Diabetes quando não controlada pode originar complicações graves a longo prazo.

Uma percentagem dos doentes com Diabetes tipo 2 não atinge as metas terapêuticas que lhe foram implementadas. Os estudos feitos nesta área apontam para uma relação direta com a fraca adesão terapêutica do doente em relação ao uso de fármacos antidiabéticos orais. Os estudos comprovam também que o aumento dessa mesma adesão farmacológica origina menos emergências médicas e menos admissão de doentes nos hospitais. Está descrito ainda, que o cumprimento da terapêutica representa uma diminuição de custos a nível da saúde pública.

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