Dia Europeu do Antibiótico: a solução, com moderação

O Dia Europeu do Antibiótico celebra-se a 18 de novembro e surge para sensibilizar e realçar a importância destes medicamentos. Um dia comemorativo que serve como forma de consciencialização do impacto dos antibióticos na sociedade moderna e também da necessidade de avanços académicos e científicos na produção de novos medicamentos.

 

Um pouco de História

Os antibióticos têm sido utilizados durante milénios para tratar infeções, embora até ao século passado as pessoas não soubessem que as infeções eram causadas por bactérias. Vários bolores e extratos de plantas eram utilizados para tratar infeções: os antigos egípcios, por exemplo, aplicavam pão com bolor nas feridas infetadas.

O primeiro antibiótico surgiu no século XIX através do trabalho de Paul Ehrlich, um médico alemão, que descobriu uma substância química, a arfenamina. Este era um tratamento eficaz para a sífilis, matando bactérias específicas de uma forma seletiva sem prejudicar outras células do corpo. Ehrlich denominou este tratamento de quimioterapia, pelo uso óbvio de um químico para tratar uma doença. A palavra “antibióticos” foi utilizada pela primeira vez passados mais de 30 anos pelo inventor e microbiologista ucraniano-americano Selman Waksman, que durante a sua vida descobriu mais de 20 antibióticos.

A grande Era dos antibióticos que vivemos foi, no entanto, iniciada pela descoberta da penicilina em 1928. Entre os anos 1940 e 1962 surgiu a maioria das classes de antibióticos que usamos atualmente como medicamentos.

 

O que são, então, antibióticos?

Os antibióticos são medicamentos poderosos que tratam infeções: ou impedem a reprodução das bactérias ou destroem-nas por completo. Antes que as bactérias se possam multiplicar e causar sintomas, o sistema imunitário pode tipicamente matá-las. Os glóbulos brancos (leucócitos) atacam bactérias nocivas – mesmo que os sintomas ocorram, o sistema imunitário pode normalmente enfrentar e combater a infeção. Quando o número de bactérias nocivas é excessivo, e o sistema imunitário não as consegue eliminar a todas, entram os antibióticos.

Alguns benefícios dos antibióticos:

  • Podem retardar o crescimento e eliminar muitos tipos de infeções;
  • Em alguns casos, tais como antes da cirurgia, podem impedir a ocorrência de novas infeções;
  • São de ação rápida e alguns têm efeitos em poucas horas;
  • A maioria dos antibióticos são medicamentos orais, o que torna a toma mais simples.

 

Antibióticos em 2022

Atualmente, o desenvolvimento de antibióticos desacelerou. Ao mesmo tempo, as bactérias que sobrevivem ao tratamento estão a tornar-se cada vez mais comuns, tornando os antibióticos disponíveis ineficazes.

A resistência aos antibióticos leva a custos médicos mais elevados, estadias hospitalares prolongadas e ao aumento da mortalidade. Parte do problema surge no modo como o mundo vê, prescreve e utiliza antibióticos.

Antibióticos: Sim ou não?

Os antibióticos necessitam de prescrição médica e devem ser seguidas todas as indicações em relação à sua toma. Lembre-se que os antibióticos não estão indicados para todas as doenças e que a sua toma obedece a regras.

 

Referências

C.T. Walsh, T.A. Wencewicz – Prospects for new antibiotics: a molecule-centered perspective, J Antibiot, 67 (2014), pp. 7-22

J.W.M. van der Meer, R. Fears, S.C. Davies, V. Meulen ter – Antimicrobial innovation: combining commitment, creativity and coherence, Nat Rev Drug Discov, 13 (2014), pp. 709-710.

  1. Czaplewski, R. Bax, M. Clokie, D. Dawson, et al. – Review alternatives to antibiotics—a pipeline portfolio review, Lancet Infect Dis, 16 (2016), pp. 239-251
  2. Matthew, T. Andrew, W. Barrie – Antibiotics: past, present and future, Current Opinion in Microbiology, 51 (2019), pp. 72-80
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