Fator de proteção solar: Como recomendar?

Eis-nos chegados à época do ano em que a exposição solar acarreta mais perigos para a saúde humana, motivo pelo qual a população começa a acorrer às farmácias para se proteger para a próxima época balnear. Há ainda muita gente com dúvidas, a quem devem ser lembradas as boas práticas.

 

O que os consumidores devem saber sobre este tipo de produto

Todos os protetores têm um Fator de Proteção Solar – FPS (SPF, na sigla inglesa) associado. O FPS diz sobre a capacidade do produto em proteger da radiação UVB (mais ligada à queimadura solar, porque atinge sobretudo as camadas mais superficiais da pele).

O FPS indica-nos também o tempo de resistência da pele à exposição solar com proteção solar, relativamente ao tempo de exposição da pele sem ela. Em valores aproximados, a pele leva 10 minutos a ficar vermelha sem proteção solar e 300 minutos com proteção solar, o FPS do protetor é 30 (300/10).

O FPS é de menção obrigatória e deve ajudar o consumidor a escolher o produto certo para uma determinada exposição e para um dado tipo de pele.

A proteção contra raios UVA (mais associados ao envelhecimento da pele e ao aparecimento de cancro, porque penetram em camadas mais profundas da pele) é referida na embalagem. A maioria protege – e deve proteger – a pele da radiação UVA e UVB.

A Comissão Europeia recomenda ainda aos fabricantes que incluam proteção contra os UVA. O índice deve corresponder a, pelo menos, um terço do fator de proteção solar anunciado. Os rótulos devem publicitar a proteção UVA, mas não são obrigados a mostrar o valor.

 

Os 2 tipos de protetores:

Físicos ou minerais – refletem a radiação, não são absorvidos pela pele e não criam sensibilidade, estando habitualmente indicados para crianças e peles intolerantes.

Químicos – absorvem a radiação solar, são cosmeticamente mais agradáveis, mas podem desencadear reações alérgicas em pessoas suscetíveis.

 

Classificação do Fator de Proteção Solar (FPS):

  • 6 e 10 – Proteção baixa
  • 15 e 25 – Proteção média
  • 30 e 50 – Proteção elevada
  • Superior a 50* – Proteção muito elevada

Não esquecer:  

– A partir de FPS 30, a diferença da proteção solar é residual ou nula, dado que deve impedir a passagem de 96,7% da radiação UVB;

– (*) Entre o FPS 30 e o 50 a diferença de nível de proteção é quase insignificante, uma vez que o FPS 50 dará uma proteção de cerca de 98% contra a radiação, o que é difícil de superar.

Não existem cremes totalmente à prova de água, embora haja uns que resistem um pouco mais que outros;

– A legislação e rotulagem relativa a este tipo de produto está a mudar, por forma a não induzir o consumidor em erro face a ideias ainda não provadas cientificamente.

Os argumentos incontestáveis

É inquestionável que os protetores são a forma mais efetiva de escudo solar e um dos únicos produtos da área da dermocosmética irrefutáveis dentro da comunidade científica.

Nunca é demais recordá-las, mas as regras básicas, como evitar exposição solar direta entre as 12 e as 16 horas, têm sido amplamente divulgadas em Portugal, um dos países da Europa com maior disponibilidade de radiação solar.

É factual que, se os protetores solares tiverem o uso adequado, ajudarão a proteger do eritema, cancro e fotoenvelhecimento.

O uso regular do foto protetor durante a infância e adolescência reduz a incidência na vida adulta do cancro cutâneo em mais de 78%. No geral, o uso continuado ao longo da vida diminui o risco de cancro em 50%.

Portanto, quanto mais cedo na vida se iniciar a proteção solar correta, mais relevante pode ser para o futuro.

 

Recomendar na prática:

  • Aplicar o protetor 30 minutos antes da exposição, sobre a pele seca e limpa;
  • Renovar a aplicação do protetor solar a cada duas horas e após banho ou transpiração;
  • Se usa maquilhagem, aplique primeiro o protetor solar e prefira cosméticos com FPS;
  • Reforçar a proteção sempre que estiver próximo da água ou areia, porque aí os raios UV são refletidos e incidem mais sobre a pele;
  • É preciso colocar protetor em dias nublados;
  • Seguir a indicação na embalagem sobre a quantidade de produto que tem de colocar, senão terá menos proteção do que a indicada;
  • Cobrir todas as áreas expostas, insistindo nas zonas mais sensíveis: rosto, lábios, orelhas, pescoço, mãos, pés e zonas atrás dos joelhos;
  • Evitar a exposição solar entre as 12 e as 16 horas;
  • Usar óculos de sol, chapéus ou bonés que ajudem a proteger o rosto, lábios e olhos;
  • Não expor crianças muito pequenas ao sol direto: idealmente só depois do 1º ano e o mínimo são 6 meses;
  • Um FPS entre o 2 e o 14 não é suficiente para evitar o cancro da pele ou o envelhecimento precoce;
  • Nos primeiros dias de contacto com o sol recomenda-se o uso de um Fator de Proteção Solar de 30;
  • É necessária defesa contra o sol em todas as atividades de exterior que impliquem exposição: trabalho de exterior, atividades desportivas, jardinagem ou caminhadas.
Comments
Comments are closed.

Panel Heading

Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit, sed do eiusmod tempor incididunt ut labore et dolore magna aliqua. Ut enim ad minim veniam, quis nostrud exercitation ullamco laboris nisi ut aliquip ex ea commodo consequat. Duis aute irure dolor in reprehenderit in voluptate velit esse cillum dolore eu fugiat nulla pariatur. Excepteur sint occaecat cupidatat non proident, sunt in culpa qui.