Empédocles e a Teoria dos Quatro Elementos
Empédocles e a Teoria dos Quatro Elementos
A prática da farmácia tem uma longa e interessante história. Pode ser rastreada até às civilizações antigas, onde as pessoas utilizavam materiais naturais e plantas para tratar várias doenças.
Na antiga Mesopotâmia, por exemplo, eram utilizados ervas e minerais para tratar uma variedade de condições. No antigo Egito, os farmacêuticos eram conhecidos como “per-nu”, e utilizavam substâncias naturais, tais como mel e ópio, para tratar a dor e outras condições.
Por outro lado, Empédocles de Agrigento (490-435 a.C.) procurou explicar a variedade e a mudança dos fenómenos propondo um princípio único e eterno.
Empédocles
Empédocles era um filósofo e cientista, nascido na cidade de Akragas, localizada na ilha da Sicília. É conhecido pelas suas contribuições no campo da filosofia e da ciência, assim como pelo seu trabalho sobre os elementos e o conceito de mudança. Para além das suas contribuições para a filosofia e ciência, Empédocles era também médico e é reconhecido por ter feito contribuições significativas no campo da medicina.
A teoria mais conhecida de Empédocles (483-430 a.C.) é a teoria dos quatro elementos básicos da natureza:
- Água
- Ar
- Fogo
- Terra
Esta teoria orientou o pensamento científico até o século XVIII. Para Empédocles, todos os seres dependiam da articulação e equilíbrio entre estes elementos, sendo influentes no equilíbrio da energia orgânica. Isto podia originar: doença (desequilíbrio) ou saúde (equilíbrio).
Para Empédocles essas raízes são divinas e existem causas que levam à sua união e separação – o “amor” e o “ódio” –, que, tal como os elementos básicos, são eternos. Quando o primeiro predomina, as raízes permanecem unidas, mas, quando predomina o ódio, separam-se. Quando há equilíbrio, nasce o cosmo.
Esta foi a teoria que deu suporte teórico para a doutrina dos humores, desenvolvida por Hipócrates (460-377 a.C.) e continuada pelas ideias médicas de Galeno (130-200 d.C.[1]).
[1] PITA, J.R. História da farmácia. 2 ed. Coimbra: Minerva, 2000.
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